10/11/2025
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Leitura: 6 min

Arranjo de pagamento: veja os tipos, regras e funcionamento

O arranjo de pagamento entra em cena sempre que uma operação financeira precisa acontecer entre duas pontas. Empresas que atuam como Instituições de Pagamento (IPs) lidam com esse conceito todos os dias.

Entender os diferentes modelos, padrões de funcionamento e regras é essencial para garantir conformidade e segurança nas transações.

Com a regulamentação do Banco Central cada vez mais presente, não entender o funcionamento do arranjo pode significar riscos e entraves para quem quer escalar soluções financeiras.

Continue nesta leitura para entender como tudo se conecta e quais são os caminhos mais seguros para operar.

O que é arranjo de pagamento?

Arranjo de pagamento é o conjunto de regras e procedimentos que permite a transferência de recursos entre pagador e recebedor. Ele define o funcionamento da operação, quem participa e o papel de cada agente.

Esses arranjos incluem atividades como emissão de moeda eletrônica, cartões de crédito, débito ou boletos. Também organizam o fluxo da transação, desde a iniciação até a liquidação.

Dentro desse sistema, o Banco Central atua como regulador e supervisiona os padrões para garantir segurança, eficiência e inclusão financeira.

Para que serve o arranjo de pagamento?

O arranjo de pagamento serve para organizar as regras de operação de um meio de pagamento, definindo como as transações ocorrem entre as partes. Na prática, isso significa estabelecer:

  • quem é responsável por emitir instrumentos de pagamento;
  • quem processa as transações;
  • quem garante a liquidação.

O modelo garante que as operações ocorram de forma segura e padronizada. Essa estrutura permite a participação de diferentes instituições, mesmo sem envolvimento direto com contas bancárias tradicionais.

O que é instituidor de arranjo de pagamento?

Instituidor de arranjo de pagamento é a entidade responsável por criar, gerenciar e regulamentar o funcionamento de um determinado arranjo, definindo suas regras e condições de adesão.

Ela pode ser uma Instituição de Pagamento ou uma instituição financeira. Seu papel vai desde o desenho do modelo até a supervisão da operação.

É o instituidor que define os parâmetros operacionais, como regras de liquidação, padronização de mensagens e gerenciamento de riscos. Também responde ao Banco Central quanto à transparência e ao cumprimento da legislação vigente.

Quais são os principais tipos de arranjos de pagamento?

Os principais tipos de arranjos de pagamento são classificados como abertos, fechados e transfronteiriços. Cada um tem estrutura, alcance e requisitos específicos.

Arranjo de pagamento aberto

O arranjo de pagamento aberto permite que diversas instituições participem livremente, sem exigência de vínculo exclusivo. Bancos, fintechs e processadoras se integram à estrutura e compartilham regras operacionais comuns.

Essa abertura estimula a concorrência, incentiva inovação e facilita o crescimento de novos modelos de negócio.

Com interoperabilidade garantida, esse tipo de arranjo promove uma rede mais ampla de aceitação de meios de pagamento. Cartões com bandeiras conhecidas são aceitos em múltiplos terminais, ampliando o acesso para consumidores e comerciantes.

O modelo também facilita parcerias entre empresas e acelera a adoção de tecnologias financeiras.

Arranjo de pagamento fechado

No arranjo fechado, toda a operação fica concentrada em uma única entidade ou grupo empresarial. A empresa cria o instrumento de pagamento, gerencia a rede e executa a liquidação. Não há abertura para terceiros fora do ecossistema definido.

Essa estrutura oferece maior controle, mas reduz o alcance do meio de pagamento. Costuma ser adotada por programas de fidelidade, redes de varejo ou aplicativos com saldo exclusivo.

O crédito gerado só pode ser usado dentro da mesma plataforma ou rede de estabelecimentos autorizados.

Embora limitado, o arranjo fechado garante agilidade na gestão das transações e costuma demandar menos processos regulatórios, o que pode reduzir custos iniciais. Ainda assim, requer atenção às exigências legais para proteger dados e garantir transparência com usuários finais.

Arranjo de pagamento transfronteiriço

O arranjo de pagamento transfronteiriço permite operações entre países distintos, facilitando remessas, compras internacionais e pagamentos em moeda estrangeira. É essencial para negócios globais e para brasileiros que fazem transações com instituições financeiras fora do país.

Esse modelo demanda integração com regras internacionais, além de seguir normas locais sobre câmbio, impostos e regulação financeira.

É comum em plataformas digitais com alcance global, como aplicativos de remessa ou serviços de compra online em moeda estrangeira. Por envolver múltiplas jurisdições, exige parcerias sólidas e sistemas compatíveis com regulações diversas.

Transparência e rastreabilidade são requisitos fundamentais, já que o Banco Central monitora essas operações com mais rigor para evitar riscos sistêmicos ou práticas ilícitas.

O que diz a regulação do Banco Central sobre arranjos de pagamento?

A regulação do Banco Central exige que arranjos relevantes para o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) sejam autorizados antes da operação. Também obriga:

  • o compartilhamento de informações;
  • a adoção de medidas de segurança; e
  • a promoção da inclusão financeira.

A legislação vigente está ancorada na Lei 12.865/2013 e nas circulares específicas emitidas pelo Bacen. A classificação de arranjos como relevantes considera:

  • volume de transações;
  • impacto sistêmico; e
  • papel das instituições participantes.

Mesmo os não relevantes precisam se registrar e cumprir as diretrizes.

Como superar os desafios ao operar ou aderir a um arranjo de pagamento?

Superar os desafios na operação de um arranjo de pagamento exige planejamento, conformidade regulatória e capacidade de adaptação tecnológica. Também demanda análise constante do mercado e das exigências legais para garantir sustentabilidade no longo prazo.

Avalie os custos regulatórios e operacionais

A adesão ou a instituição de um arranjo envolve gastos com infraestrutura, auditoria e processos legais. O custo precisa ser avaliado com critério, considerando tanto a entrada no mercado quanto a manutenção das operações.

É essencial prever investimentos recorrentes para atualizações de sistemas e treinamentos, o que garante alinhamento contínuo às exigências do Banco Central.

Considere o potencial de escalabilidade e inovação

Um arranjo bem estruturado pode abrir caminhos para novos modelos de receita. Ao analisar oportunidades, é importante pensar na possibilidade de crescimento e na compatibilidade com soluções inovadoras.

Iniciativas como carteiras digitais, pagamentos instantâneos e parcerias com fintechs ganham espaço nesse cenário. Organizações mais flexíveis conseguem evoluir de forma mais ágil e responder às mudanças com eficiência.

Monitore os riscos sistêmicos e de compliance

A operação em arranjos implica responsabilidade com a segurança de dados, prevenção à lavagem de dinheiro e estabilidade financeira. Controles internos sólidos são indispensáveis para evitar penalidades e falhas operacionais.

A implementação de políticas rígidas de governança e o monitoramento de indicadores operacionais ajudam a prevenir incidentes e manter a credibilidade da operação.

Invista em infraestrutura tecnológica e integração entre sistemas

A eficiência na participação de um arranjo depende da capacidade de integração com outras plataformas. Sistemas rápidos, seguros e escaláveis fazem diferença em um mercado competitivo.

Também é fundamental garantir compatibilidade com APIs de parceiros e com as plataformas regulatórias exigidas, o que reduz riscos de desconexão e falhas operacionais.

Investimentos em nuvem, segurança cibernética e automação ajudam a manter o ambiente preparado para expansão e inovação.

Compreender o arranjo de pagamento é essencial para quem deseja operar com segurança e consistência no setor financeiro.

O modelo certo, alinhado à regulamentação, evita riscos e amplia oportunidades. Conhecer os diferentes tipos, saber como se posicionar e investir na estrutura adequada pode fazer toda a diferença.

Para mais conteúdos sobre mercado financeiro, tecnologia e regulação, acesse o blog da Dimensa.

Em resumo

São exemplos de arranjos de pagamento?

Cartões de crédito, boletos bancários, transferências eletrônicas, carteiras digitais e Pix são exemplos de arranjos de pagamento usados em diferentes contextos financeiros.

Quais são os 3 principais tipos de arranjos de pagamento?

Os três tipos principais são: aberto, com participação de várias instituições; fechado, operado por uma única empresa; e transfronteiriço, usado em operações internacionais.

O que é o arranjo de pagamento da Visa?

O arranjo de pagamento da Visa organiza a operação dos cartões emitidos com sua bandeira, definindo regras, padrões técnicos e integração com instituições participantes.

créditos da imagem: Freepik

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