IFRS S1 e S2 chegaram para dar um novo rumo à transparência empresarial. Criadas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), essas normas estabelecem padrões globais para relatórios de sustentabilidade e riscos climáticos.
No contexto atual, em que a gestão de compliance se torna cada vez mais decisiva, adaptar-se a essas diretrizes não é uma opção — virou necessidade. Continue com a gente nesta leitura para entender como tudo funciona.
O que são as normas IFRS S1 e S2?
As normas IFRS S1 e S2 definem requisitos para divulgação de informações relacionadas à sustentabilidade e aos riscos climáticos, com foco na tomada de decisão por parte de investidores.
Com aplicação para os relatórios anuais referentes a períodos iniciados em ou após 1º de janeiro de 2024, essas diretrizes estabelecem um novo marco para a transparência corporativa.
Em 2026, estas normas tornam-se obrigatórias para as companhias abertas no Brasil.
A IFRS S1 trata das exigências gerais para divulgação de informações de sustentabilidade. A IFRS S2, por sua vez, foca nas informações climáticas.
Essas diretrizes se baseiam em quatro pilares:
- governança;
- estratégia;
- gerenciamento de riscos; e
- métricas com metas.
Com isso, criam um padrão internacional que permite comparar dados entre empresas e países. A proposta é unificar as informações, oferecendo uma linguagem comum para relatórios corporativos voltados ao mercado.
Quais os impactos da IFRS S1 e S2 para as empresas?
As normas IFRS S1 e S2 impactam as empresas ao exigir divulgação clara e padronizada de informações sobre sustentabilidade e riscos climáticos, o que fortalece a transparência nos negócios.
Embora a adoção formal dependa da regulamentação de cada país, a medida já é uma tendência global. Essa exigência alcança desde grandes corporações até empresas menores com operações globais ou envolvidas em cadeias de fornecimento internacionais.
Essa exigência alcança desde grandes corporações até empresas menores com operações globais ou envolvidas em cadeias de fornecimento internacionais. As empresas passam a relatar:
- como sua governança considera riscos relacionados ao clima;
- de que forma a estratégia responde a esses cenários; e
- quais são as métricas e os dados utilizados.
A transparência deixa de ser só uma narrativa. Ganha forma em relatórios estruturados, auditáveis e baseados em dados.
As novas normas dialogam com estruturas anteriores, como a TCFD e a SASB, e integram informações ESG à contabilidade tradicional.
Isso ajuda a criar relatórios mais completos, que unem desempenho financeiro e impacto ambiental. A coerência entre os dados se torna essencial para manter a credibilidade no mercado.
Quais desafios as empresas enfrentam para implementar as diretrizes?
As empresas enfrentam desafios como falta de estrutura de governança ESG, integração de processos e amadurecimento dos dados. As exigências são claras, mas a adaptação nem sempre é simples.
Falta de estrutura de governança ESG consolidada
Nem todas as organizações contam com um sistema maduro de governança voltado à sustentabilidade. Muitas ainda tratam as ações ESG de forma desconectada da liderança.
A implantação das IFRS S1 e S2 exige que a liderança assuma um papel ativo, com responsabilidades claras.
Dificuldade de integrar sustentabilidade aos processos de reporte financeiro
Unir sustentabilidade e finanças ainda parece uma fronteira distante para parte das empresas. A separação entre relatórios financeiros e não financeiros precisa acabar. As normas pedem integração completa, com dados alinhados e consistentes.
Necessidade de amadurecimento dos dados e controles internos
Dados ESG nem sempre seguem os mesmos padrões dos dados contábeis. Faltam processos de coleta estruturada, ferramentas de auditoria e indicadores bem definidos.
Sem isso, a divulgação perde força e compromete a credibilidade das informações prestadas.
Como sua empresa pode se preparar desde já para as IFRS S1 e S2?
A preparação para as IFRS S1 e S2 começa com uma revisão interna honesta. Entender os riscos e oportunidades, fortalecer a governança e ajustar processos faz toda a diferença.
Mapeie os riscos e oportunidades relacionados ao clima
O primeiro passo é identificar o que pode impactar o negócio em função do clima. Mudanças regulatórias, eventos extremos e pressões do mercado são apenas alguns pontos. Entender o contexto ajuda a definir prioridades.
Reforce a governança de sustentabilidade no alto escalão
O envolvimento da liderança é determinante para uma implementação sólida. Conselhos e diretorias precisam se comprometer com os temas ESG, incluindo a agenda no planejamento estratégico.
Ajuste os processos de reporte à nova demanda regulatória
Processos internos devem ser revistos. O objetivo é garantir que as informações ESG estejam integradas à contabilidade, o que requer:
- indicadores claros;
- metodologias consistentes; e
- rotina de auditoria.
Invista em tecnologia para consolidar e auditar dados ESG
Ferramentas digitais podem facilitar o controle, a coleta e a validação dos dados. Sistemas integrados ajudam a manter a consistência das informações e reduzem o risco de falhas.
A adesão às IFRS S1 e S2 fortalece a gestão de compliance e projeta a empresa em um mercado que valoriza transparência e responsabilidade.
Esse é o caminho para estar alinhado com o futuro. E para entender mais sobre o assunto, convidamos você a conferir também o artigo “Práticas ESG no mercado financeiro: como aplicar?” aqui no blog da Dimensa.
Em resumo
O que é a IFRS S1 e S2?
As normas IFRS S1 e S2 definem diretrizes globais para divulgações sobre sustentabilidade e riscos climáticos. O objetivo é garantir transparência, comparabilidade e confiabilidade nas informações prestadas pelas empresas ao mercado.
Quando será obrigatório no Brasil o uso de normas IFRS S1 e S2?
A adoção das IFRS S1 e S2 no Brasil ainda depende da decisão de órgãos reguladores locais. A expectativa é que a obrigatoriedade ocorra gradualmente, a partir dos próximos ciclos de reporte, seguindo os padrões internacionais.
O que é a norma IFRS S2?
A norma IFRS S2 estabelece exigências específicas para a divulgação de informações sobre riscos e oportunidades relacionados ao clima. Ela foca em governança, estratégia, gerenciamento de riscos e métricas ligadas aos impactos climáticos.
O que é a norma IFRS S1?
A norma IFRS S1 define os requisitos gerais para divulgação de informações de sustentabilidade pelas empresas. Ela funciona como base para relatórios ESG, permitindo que os dados sejam claros, comparáveis e úteis para investidores.
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