A complexidade dos desafios regulatórios que as empresas enfrentam hoje exige uma abordagem de compliance que vá além do básico.
E o compliance 3.0 é uma resposta a essa necessidade, integrando tecnologias de ponta para que as empresas cumpram suas obrigações legais.
Neste artigo, vamos explicar por que essa nova fase do compliance está transformando a gestão regulatória e como você pode aproveitá-la em sua organização. Acompanhe!
Entenda o conceito de compliance 3.0
Com a evolução do compliance ao longo do tempo, é interessante entender que o ambiente regulatório atual passou por diferentes fases.
Neste contexto, vamos entender as versões de compliance 1.0, 2.0 e 3.0, com ênfase na aplicação da inteligência regulatória.
Compliance 1.0
No modelo de compliance 1.0, predominante nos anos 90, as empresas focavam estritamente em cumprir leis e regulamentos para evitar multas e sanções.
As operações eram majoritariamente manuais e baseadas em documentação física, o que limitava a flexibilidade e agilidade. Auditorias periódicas eram realizadas em intervalos fixos, frequentemente resultando em atrasos na identificação de falhas.
Quando essas falhas eram detectadas, as correções seguiam uma abordagem reativa, com projetos de remediação de grande escala.
Embora adequado para o contexto da época, o compliance 1.0 apresentava limitações significativas, especialmente em termos de agilidade e adaptabilidade às mudanças do ambiente regulatório.
Compliance 2.0
O compliance 2.0 superou as limitações do modelo anterior ao integrar a automação nos sistemas de controle de conformidade.
Ferramentas tecnológicas passaram a ser utilizadas para monitorar riscos e assegurar a aderência às normas, reduzindo drasticamente os erros humanos e aumentando a eficiência dos processos.
Um dos avanços mais notáveis foi o uso de plataformas digitais que, além de otimizar o monitoramento, viabilizaram a identificação e prevenção de fraudes de forma ágil e precisa.
A verificação e triagem de identidades digitais também se tornaram comuns, facilitando a autenticação segura de novos clientes e minimizando riscos associados à entrada de pessoas não confiáveis no sistema.
Outro aspecto crucial foi a implementação de práticas de Anti-Money Laundering (AML), com o monitoramento ativo de transações e atividades para prevenir a lavagem de dinheiro.
Compliance 3.0
O compliance 3.0 representa a fase mais recente e avançada, marcada pela inteligência regulatória. Neste modelo, há o uso intensivo de tecnologias emergentes como inteligência artificial e análise de dados para antecipar e responder a mudanças regulatórias.
Dessa forma, surgiu uma nova era digital na qual são comuns testes automatizados e gerenciamento de risco proativo.
Este tipo de compliance é altamente dinâmico, indo além da mera conformidade, pois o objetivo é criar um ambiente robusto de governança que mantenha a empresa à frente dos desafios regulatórios.
Impactos do compliance 3.0
Dentre os principais impactos do compliance 3.0, destacam-se:
Controle de volume de transações
O compliance 3.0 utiliza tecnologias avançadas para monitorar e analisar grandes volumes de transações em tempo real.
Ferramentas de inteligência artificial e machine learning ajudam a identificar padrões suspeitos e anomalias para mitigar o risco de fraudes e perdas financeiras.
Se antes os esforços se concentravam na concorrência, nessa nova fase o foco é a adaptação a cenários de mudanças ágeis, tendo em vista a proteção de dados dos usuários, a segurança online, a resiliência operacional e práticas contundentes de combate à lavagem de dinheiro.
Conformidade de pagamentos
Sistemas automatizados verificam a autenticidade e a legalidade das operações. Após a crise financeira de 2008, houve um impulso na busca por conformidade com o objetivo de evitar outro colapso global similar.
Até 2008, a abordagem era de baixo para cima (bottom-up), o que foi substituído por estratégias de mitigação de risco, incluindo AML, manutenção de registros, abuso de mercado, proteção ao consumidor e processamento de dados mais rigorosos.
Gestão de mudanças regulatórias
Com o uso de ferramentas de inteligência regulatória, o compliance 3.0 facilita a gestão das mudanças nas regulamentações, permitindo que as empresas acompanhem atualizações em tempo real e ajustem suas operações conforme necessário.
Esse monitoramento 24/7 possibilita uma adaptação rápida às novas políticas e procedimentos, tanto internos quanto externos, para que as empresas permaneçam em conformidade com as exigências legais e operem com transparência em um mercado dinâmico.
As ferramentas mais modernas contam até mesmo com o monitoramento de normas ainda em processo de confecção, como os Projetos de Lei, permitindo a antecipação das empresas na adoção de medidas voltadas à redução de riscos.
Como aproveitar a era do compliance 3.0
Para tirar proveito do compliance 3.0, é necessário focar na qualidade dos dados, no entendimento do funcionamento da inteligência artificial e na supervisão humana. Entenda!
Qualidade de dados
As empresas devem investir em sistemas de gestão de dados robustos para capturar, armazenar e processar informações.
Um bom ponto de partida é implementar auditorias regulares para verificar a integridade dos dados. Além disso, utilizar ferramentas de validação pode ajudar a evitar inconsistências que possam comprometer os resultados das análises.
Métodos como a padronização e normalização dos dados são igualmente importantes. Eles auxiliam na redução de redundâncias e melhoram a precisão das informações.
Entenda o funcionamento da IA
A inteligência artificial é capaz de detectar padrões e anomalias que escapam à percepção humana. Por isso, investir em treinamento para as equipes técnicas e de compliance pode aumentar a efetividade dessas ferramentas.
É importante entender como os algoritmos são treinados e quais dados são utilizados, sendo que a confiabilidade das análises depende de dados diversificados e representativos para evitar vieses.
Além disso, as equipes devem conhecer as limitações dos modelos de IA e adotar melhores práticas para ajustar e otimizar as ferramentas conforme as necessidades específicas de compliance da organização.
Supervisão humana
A integração da supervisão humana com sistemas de IA faz com que decisões automatizadas sejam revisadas com profundidade. Afinal, humanos conseguem avaliar contextos que a IA pode não compreender completamente.
Logo, é vital estabelecer mecanismos de revisão e auditoria nos quais decisões de compliance geradas pela IA sejam revisadas por especialistas.
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Em resumo
O que é compliance 3.0?
Compliance 3.0 é uma abordagem avançada de conformidade que utiliza inteligência regulatória automatizada, como inteligência artificial e análise de dados, para antecipar e responder a mudanças regulatórias, tornando os processos mais dinâmicos e proativos.
Quais os benefícios do compliance 3.0?
- antecipação de riscos regulatórios;
- automatização de processos;
- monitoramento em tempo real;
- melhoria na tomada de decisões;
- agilidade na adaptação às regulamentações;
- mitigação de penalidades regulatórias;
- fortalecimento da governança.
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